A aldeia de Soalheiras, no concelho de Idanha-a-Nova, não podia ter um nome mais apropriado à localização. Inserida num vale, só se vislumbra quando entramos mesmo na aldeia, pois está escondida para quem entra pela estrada.
Nesta aldeia remota estamos em pleno Parque Natural do Tejo Internacional, classificado como Reserva da Biosfera da UNESCO. Aqui ocorrem grandes mamíferos como o veado ou o javali e as condições são de excelência para a observação de aves, em especial grandes aves planadoras. Grifos, Cegonha Negra, Águia Imperial Ibérica e Abutre Negro encontram nestas terras um santuário de biodiversidade.
A agricultura e a pastorícia continuam a ser uma forma de vida, e novas oportunidades surgem neste território. O figo-da-índia, que sempre aqui existiu, dadas as excelentes condições soalheiras, depara-se hoje com a apetência de novos mercados.
A produção de azeite de qualidade é outra das culturas que florescem nesta pacata aldeia raiana.
Por aqui, muitas das habitações ainda têm o xisto como elemento principal da sua construção. Grande parte da população é proveniente da extinta povoação de Alares, hoje ruínas no campo aberto da raia, cuja história de violência e zaragatas deu origem a esta terra.