O Bodo de Nossa Senhora da Consolação de Monfortinho, no concelho de Idanha-a-Nova, acaba de ser inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
O anúncio publicado em Diário da República, no dia 25 de fevereiro de 2022, é assinado pela subdiretora-geral do Património Cultural, Rita Jerónimo, que destaca a importância do Bodo de Monfortinho “enquanto reflexo da respetiva comunidade e os contextos sociais e culturais da sua produção, reprodução e formas de acesso”.
Para o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, a elevação do Bodo de Monfortinho a Património Cultural Imaterial Nacional representa “um reconhecimento da enorme riqueza do património cultural do concelho de Idanha-a-Nova. É fruto da investigação, preservação e valorização desse património”.
Armindo Jacinto afirma que “trabalhar a valorização do património faz parte da estratégia cultural delineada para o concelho de Idanha-a-Nova”. Uma estratégia promovida pela autarquia e que permite hoje “gerar riqueza e criar autoestima na população, a principal guardiã das tradições e do património cultural”.
O tradicional Bodo é o momento mais significativo da vivência cultural e social da aldeia de Monfortinho, junto à fronteira com Espanha.
Trata-se de um festejo popular ancestral efetuado para agradecimento a Nossa Senhora da Consolação ao livrar os campos e searas, em 1870, de uma enorme praga de gafanhotos.
Esta festa faz parte do património cultural e social do concelho de Idanha-a-Nova e possui características que a tornam única no país.
Realiza-se todos os anos, 10 dias depois da Páscoa, durante três dias.
A população oferece os alimentos e chega a cozinhar almoços para quase 1000 pessoas, locais e visitantes, incluindo espanhóis, numa manifestação de abundância e reconhecimento.
O Bodo de Monfortinho requer muito esforço e boa vontade das pessoas que são nomeadas todos os anos: três casais que ficam encarregues de a realizar, preservando esta festa única.
28 de fevereiro de 2022