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O Município de Idanha-a-Nova emitiu, no passado dia 14 de novembro de 2025, um parecer formalmente desfavorável à implementação da Central Solar Fotovoltaica de Sophia e respetivas Linhas de Muito Alta Tensão, na sequência da análise técnica realizada no âmbito do processo de Avaliação de Impacte Ambiental realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente.

 

Este parecer surge, entre muitas outras iniciativas, depois de, no dia 8 de novembro de 2025, o Município de Idanha-a-Nova, que foi o primeiro município a pronunciar-se sobre a matéria, apresentou uma posição pública relativamente à eventual instalação de centrais solares fotovoltaicas. Nessa data, a Câmara Municipal reafirmou o compromisso com a transparência, o diálogo e a participação de todas as partes interessadas nos projetos que visam o desenvolvimento sustentável do concelho.

Todavia, considerou essencial que estes projetos sejam implementados de forma equilibrada, respeitando o ordenamento do território, o ambiente e a qualidade de vida das populações. Por esse motivo, o Município deixou nota pública que não se revia na instalação de mega centrais fotovoltaicas, por não querer abdicar da identidade do concelho nem comprometer o património que o caracteriza.

 

Posteriormente,

 

No dia 12 de novembro de 2025, o Executivo da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova reuniu-se, a seu pedido, com a empresa promotora da Central Fotovoltaica Sophia. A reunião teve como objetivo envolver todo o executivo municipal, incluindo os vereadores da oposição, e as juntas de freguesia na discussão deste projeto.

Na mesma data, e também por iniciativa da Câmara Municipal, a empresa promotora reuniu-se ainda com as Juntas de Freguesia de Medelim, Aldeia de Santa Margarida e 

Proença-a-Velha, no âmbito do processo de informação e auscultação das populações e autarquias locais.

 

 

A decisão do parecer desfavorável fundamenta-se na incompatibilidade do projeto com os valores ambientais, culturais, paisagísticos e socioeconómicos que caracterizam o concelho e que sustentam o seu modelo de desenvolvimento.

 

Entre os impactos identificados destacam-se:

 

• Conversão de centenas de hectares de solos agrícolas, florestais e agroflorestais, inviabilizando atividades produtivas essenciais e comprometendo a resiliência do território.

 

• Abate previsto de mais de 1.500 sobreiros e azinheiras, espécies protegidas por lei, cuja reposição é incerta e insuficiente face ao seu valor ecológico.

 

• Afetação significativa da biodiversidade, incluindo espécies com elevado estatuto de conservação, como o abutre-preto, a cegonha-preta e a águia-imperial-ibérica.

 

• Fragmentação de habitats e corredores ecológicos, com consequências diretas na fauna e na funcionalidade dos ecossistemas.

 

• Impacto paisagístico severo, com prejuízo para percursos pedestres homologados, turismo de natureza, património arqueológico e para a integridade visual de geossítios classificados do Geopark Naturtejo.

• Contradição com compromissos nacionais e internacionais que distinguem Idanha-a-Nova, nomeadamente UNESCO (Geoparque Mundial, Reserva da Biosfera, Cidade Criativa da Música) e a designação de primeira Bio-Região portuguesa.

 

O Município sublinha que apoia a transição energética, mas reafirma que esta deve ser realizada com rigor, equilíbrio e respeito pelos territórios e comunidades, privilegiando áreas já artificializadas ou de menor sensibilidade ambiental, conforme recomendado por entidades científicas e pelos princípios europeus de ordenamento e proteção da paisagem.

 

Assim, o Município de Idanha-a-Nova reafirma a sua posição: o projeto, nos moldes apresentados, não serve o interesse público nem garante a salvaguarda do património natural e cultural que constitui um ativo estratégico do concelho.

 

Este Parecer Desfavorável ao Projeto Solar de Sophia surge após a realização de reuniões com os Presidentes das Juntas de Freguesia de Medelim, Aldeia de Santa Margarida e Proença-a-Velha, cujos território se encontram abrangidos pelo projeto em causa. Estão também na base desta posição do Município de Idanha-a-Nova a auscultação das posições expressadas individualmente por vários Cidadãos do nosso Concelho, Organizações Não Governamentais, movimentos populares, entre outras instituições.

 

Reafirmamos que Idanha-a-Nova continuará a defender intransigentemente o seu território, a sua identidade e o bem-estar das suas populações.

 

 

O Município de Idanha-a-Nova.

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